sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Minha estória no jiu jitsu.

Meu trabalho no jiu jitsu começou em 1998 quando meu então professor acordou com muita vontade de pegar onda e deixou a turma da manhã na minha responsabilidade, eu já trabalha como instrutor de uma outra atividade só tive adaptar a didática para a arte suave, nome pelo qual os praticantes chamam o jiu jitsu, no começo algumas pessoas desconfiaram por conta da minha pouca graduação, mas aos pouco fui conquistando cada vez mais alunos, até que o professor achou melhor que eu ficasse coma turma da manhã.

Foi quando a notícia de que a aula do Boi, (apelido como sou conhecido no esporte)na parte da manhã estava bombando de posições novas e alguns alunos da turma da noite começaram a frequentar aula pela manhã e a noite.
Quis o destino que a esposa do professor grávida entrasse em trabalho de parto, então fui chamado para dar aula a noite e foi amor a primeira vista, podia sentir a felicidade dos alunos em poder fazer uma aula dinâmica, técnica e alegre.
Quando nosso professor voltou eram diversos pedidos para que eu começasse a dar aulas em alguns dias da semana, foi assim que conseguimos colocar 50 pessoas em uma mesma classe.
Infelizmente no final de 2001 por problemas internos tive que sair da academia e andar com minhas próprias pernas, procurei diversas academias para dará dar aula, mas por ainda ser apenas um faixa roxa com 4 graus era sempre negativa a resposta, até que um dia voltando para casa vi uma academia aqui perto da minha casa, era humilde mas tinha um enorme tatame onde rolava aulas de luta livre esportiva, a dona da academia viu com bons olhos a inclusão de uma nova modalidade nos quadros da academia e me deu a oportunidade de dar aulas nos dias que não houvesse luta livre, comecei com 3 vizinhos meus de não mais de 12 anos e um garoto que morava ao lado da academia da mesma idade.
Certo dia aparece um dos professores da luta livre querendo treinar, autorizei na hora, pois seria uma oportunidade de mostrar meu trabalho a outras pessoas, no começo havia até um clima de rivalidade, mas como eu estava em ótima forma pude mostra a eficiência do jiu jitsu e ganhei um ótimo aluno para me ajudar nos treinos.
A turma foi crescendo cada vez mais e logo fomos para nosso primeiro campeonato e voltamos recheados de medalhas, depois de quase um ano dando aula fui surpreendido por um caminhão na porta da academia retirando tudo, a dona da academia não pagou o aluguel e estava sendo despejada.

Me bateu um certo desanimo, mas Deus sempre tem um plano na nossa vida, tinha chegado aos ouvidos de um dono de academia em Olaria que um rapaz aluno dos Gracie estava fazendo um ótimo trabalho na Penha, foi quando meu telefone tocou e esse empresário me chamou para dar aulas em uma academia nunca vista na Zona Norte, o tatame novinho com banheiros lindos e começamos um trabalho do zero, pois muitas das crianças e adultos não podiam pagar passagem.
Infelizmente o ramo das academias está cercado de pessoas que não tem competência para gerir um negócio de grande porte e em 2005 com a entrada de um sócio querendo mudar o modo de operação sem me consultar e achei melhor me delisgar da academia.
Como quem trabalha sério tem seu valor reconhecido fui chamado pela academia concorrente e fiz um ótimo trabalho de 2005 a 2008, mas por conta de compromissos profissionais tive que sair da academia de Olaria e dar aulas na Penha quando reativaram uma das melhores academias que a Penha conheceu, mas mais uma vez pilantras travestidos de empresários interromperam meu trabalho fechando a academia sem nenhum tipo de justificativa.
Confesso que fiquei um pouco desanimado, mas o grupo que estava comigo era muito forte e determinado e a todo momento me cobrava por um espaço para treinarmos, foi então resolvir aceitar o convite da aniga academia de Olaria que estava sob nova direção e lá fiquei até 2011, mas o destino me pregou um peça gostosa, minha esposa engravidou e optei por voltar a dar aulas na Penha para ficar o mais perto possível e em caso de urgência poder socorrer ela e a minha filha que estava por vir, mas o progresso veio e a academia que eu dava aulas foi derrubada para dar espaço ao BRT que passar aqui na Penha.
Fiquei sem ter onde dar aula e fazer o que eu mais gosto, ensinar o jiu jitsu, foi quando minha amada tia que mora na casa da frente no mesmo terreno que o meu ofereceu seu terraço para eu dar aulas, pensei comigo: É agora que monto meu projeto social que sempre foi o grande sonho da minha vida.
E mais uma vez Deus age de maneira misteriosa na minha vida, um grande amigo me ajuda e consigo colocar uns tatames usados para a molecada treinar, mas faltava ainda os quimonos das crianças, foi quando pedi ajuda ao Sr.Nanko da ONG IBISS para comprar 10 quimonos para as crianças e fui atendido na hora, logo depois entrei em contato com o Pessoal da LBV/Prime Esportes e falei do projeto e se eles podiam me doar alguns tatames, fui atendido de imediato e chegaram 40 placas novinhas de tatame para alegria de todos e no ultimo mês nossa equipe foi presenteada com uma reforma e tatames novos, confesso que chorei quando ví como ficou o terraço, hoje nós somos os Spartanos do Complexo, na nossa última competição entramos com apenas 26 atletas e ficamos em terceiro lugar entre mais de 40 academias no estadual de jiu jitsu, espero poder continuar com esse trabalho que atende 30 crianças e 30 adultos.

Nosso lema é: Vamos educar a criança hoje para não punir o adulto amanhã.

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